Em discurso de 25 minutos para milhares de apoiadores na avenida Paulista, o ex-presidente Jair Bolsonaro negou liderar uma articulação golpista depois da derrota nas eleições, e pediu anistia aos que chamou de “pobres coitados” presos por causa do vandalismo de 8 de janeiro.
Jair Bolsonaro disse ser um perseguido, levando “pancada” desde antes das eleições de 2018, passando quatro anos perseguido também no cargo de presidente da República.
“Sai da presidência e essa perseguição não acabou. Deixo claro, na transição fizemos o processo sem qualquer reclamação por parte da esquerda. Saímos do Brasil e a perseguição não acabou. É joia, é perseguição de baleia, é dinheiro que mandou para fora do Brasil, é tanta coisa que eles acabam trabalhando contra si”, afirmou.
Sobre o golpe, minimizou. “Golpe é tanque na rua, é arma, é conspiração. É trazer classes políticas e empresariais para seu lado, é isso que é golpe. Nada disso foi feito no Brasil,” disse, falando da existência de uma minuta que “usa a Constituição,” referindo-se a estados de sítio e defesa que só poderiam ser acionados depois de consulta a conselhos da República e deliberação do Congresso.
Indicou que esse “passado” precisa “ser deixado para trás,” que busca a pacificação, e que a anistia precisa ser dada “para aqueles pobres coitados” que estão em Brasília.
“Nós já anistiamos no passado quem fez barbaridade no Brasil. Agora pedimos a todos, os 513 deputados e 81 senadores um projeto de anistia para que seja feita justiça no Brasil, e quem depredou patrimônio que pague por isso. As penas dadas fogem do mínimo da razoabilidade,” afirmou.
No ato falaram também o governador Tarcísio Freitas (São Paulo), o pastor Silas Malafaia, os deputados Nikolas Ferreira e Gustavo Gayer e a ex-primeira-dama Michele Bolsonaro.