Está no Estado de São Paulo:

O Centrao sinalizou que concorda em votar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição apresentada pela equipe do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, mas condiciona os votos e exige o apoio do novo governo às pautas do grupo no Congresso.

Sabe o que querem?

A manutenção do orçamento secreto e a continuidade de Arthur Lira na presidência da Câmara dos Deputados. É mole?

Era previsto viver o paradoxo de Lampedusa: TUDO DEVE MUDAR PARA QUE TUDO FIQUE COMO ESTÁ.

Estelionato eleitoral

É cedo para questionar e criticar o lulopetismo? Evidente que não. É parte da oposição democrática. Tão criticado na campanha por Lula, quero ver o que vão fazer com o orcamento secreto.

Portanto, digo aqui que sempre achei um caminho errante não dizer com clareza a diretriz da orientação econômica e fiscal de um futuro governo sob comando do PT. Dizer o que vão fazer nos momentos iniciais de governo.

Pediram um cheque em branco, a população deu. Não há quem seja contra garantir o programa de transferência de renda já em 2023, mas ao definir isso o PT teria de ter clareza de opções para propor ao Congresso e ao governo de onde tirar dinheiro para fazer frente a esta despesa.

E assim a transição deveria colocar na roda da conversa atores da área econômica de Lula e o ministro da Economia Paulo Guedes, que chegou a aventar a taxação de lucros e dividendos, o que foi proposto por Ciro Gomes na sua campanha.

Outra medida poderia ser a eliminação de subsídios a empresas que nada contribuem para gerar empregos. Da para fazer uma peneira e arrumar dinheiro.

Propor como solução a PEC que vai liberar do teto de gastos recursos para fazer frente às despesas de cunho social é fortalecer Lira e seu grupo.

Esse “novo” governo do PT já está com cheiro de confusão pois sem clareza no que defende para a economia e se aceitar ficar preso às pautas do centrão irá revelar, desde cedo, um estelionato eleitoral.