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Com medo de CPI por abuso de autoridade, ministros do STF pedem votos para Pacheco

Ministros políticos do STF interferem indevidamente no processo de eleição do Senado.
Rogério Marinho, líder da oposição no Senado, defendeu plebiscito para o aborto. Foto: Fabio Pozzebom.

Li cedo que a banda política do STF, considerável e muito influente, entrou em campo no Senado para evitar que o senador Rogério Marinho, do PL, cresça ainda mais e evite a reeleição do senador de Minas pelo PSD Rodrigo Pacheco, presidente do Senado.

Meus botões perguntam, com agitação, asco e indignação, o que ministros do STF tem a ver com a eleição para a presidência do Senado, saindo em socorro do governo Lula3 e, desconfio muitíssimo, deles mesmos, claro.

A eleição do Senado e Câmara é um processo disciplinado pelos regimentos de cada Casa e pela Constituição Federal, que ocorre no primeiro dia de fevereiro, nada cabendo a togados a interferência, ainda mais na disputa entre congressistas, competindo aos ministros da justiça maior do país observar e garantir o rito consagrado pela norma para que o processo ocorra sem atropelos e ilegalidades.

Rodrigo Pacheco é o favorito, tem o peso do governo a socorre-lo. Pelo menos  cinco ministros que são senadores eleitos irão se licenciar para votar no pedessista. Se ministros políticos da Suprema Corte, como Dias Tofolli, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowisk estão em campo é porque enxergam pedras no caminho caso Rogério Marinho consiga se eleger. Uma hipótese difícil, mas zebras acontecem.

Não é difícil conseguir 27 assinaturas, do total de 81 senadores, para se criar a CPI da Toga. O Senado está bem renovado, com nomes em peso pro-Bolsonaro, muita gente ávida para investigar políticos togados, ops, togados políticos, como Gilmar Mendes, um dos alvos objeto de pelo menos 20 pedidos de impeachment.

Vamos lembrar que a CPI da Toga capitaneada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL) so não saiu porque o pai pediu para ele recuar. É que Flávio tinha um processo nas mãos do “confiável” Toffoli, aquele em que o ilustre ministro prejudicou por meses o Brasil ao suspender as atividades do Coaf.

O ministro que nunca conseguiu passar para concurso de juiz e os outros políticos da Corte são Deuses, os abusos de sua autoridade não podem ser escrutinados. Toffoli, que censurou a Crusoe por mostrar a ligação dele com Lula e a Odebrecht, livrou a cara de Flávio, como está livrando a de Arthur Lira, que tem processo que o atinge engavetado há mais de 2 anos!

Não tem moral alguma para cobrar zelo da PGR para evitar a morosidade e omissão nas ações contra Bolsonaro. Além dos já citados, Alexandre de Moraes é outro alvo de impeachment, e há quem não tenha meias palavras para qualifica-lo, como se sabe.

Os ministros políticos do STF extrapolam suas funções, não respeitam o agir apenas nos autos, fazem política. O que vale é a regra 1 da República brasileira, que renega o real sentido da democracia e da coisa pública: uma mão de um poder lava a mão de outro poder para tudo permanecer como está.

Com Rodrigo Pacheco existe a garantia da CPI da Toga ficar entocada, e os processos contra senadores virarem pó no STF. Com Rogério Marinho, o risco da regra ser quebrada existe. Por isso, os ministros políticos do STF, conspiradores para que a República se mantenha sem segurança jurídica e Suprema Corte confiável, pois corruptos no desvio da conduta de se manifestar TÃO  somente nos autos, atuam descaradamente para ver a candidatura de Marinho naufragar.

Como agem, porque agem e para que assim agem não causa espécie a ninguém, ao que parece, mas é, dizem meus botões, gravíssimo desvio e perigo crescente para a democracia.  O grupo togado cair no campo da política é só mais um sinal do caminhar do Brasil em direção ao caos.