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Com presença de 7 facções, Belém passa pelo escrutínio da ONU para sediar a COP?

Equipe da ONU ficará em Belém até sexta-feira para esquadrinhar condições da cidade em sediar a COP, que reune mais de centena de chefes de Estado e 50 mil pessoas.
Estação das Docas, em Belém, area de visitação turistica. Foto: Reprodução/Rede social.

Leio em Poder360 que equipe da Organização das Nações Unidas (ONU) chegaria nesta segunda-feira, 9, a Belém para averiguar se a  capital amazônica de belas mangueiras e que chovia religiosamente ao meio-dia, servirá para sediar a COP30, prevista para novembro de 2025.

Acredito que saiba de antemão que o Estado do Pará conta com sete facções criminosas, algumas delas de “respeito:” PCC, CV, Comando Classe A, Bonde dos 30, União do Norte, Equipe Rex e Equipe Real. Quem disse foi o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, de 2022.

Passam de centena os chefes de Estado que se deslocam para esse conclave internacional em plena floresta. O mundo não é mais seguro em lugar algum, mas cautela e caldo de galinha não fazem mal para ninguém.

O Poder360 indicou que a primeira-dama, Rosangela Silva, deixaria os cuidados do presidente que se recupera da cirurgia no quadril para acompanhar técnicos dos ministérios e equipe da ONU a Belém, onde pretendem ficar até 13 de outubro, sexta-feira.

Continua ressignificando o papel de primeira-dama, compromisso que fez no show da vida (Globo). Sabe-se lá o que seja isso.

Talvez o episódio Israel x Hamas iniciado no sábado tenha afastado por enquanto a comitiva. Não tenho notícia ainda. Mas o fato é que a ONU, em maio, já havia dado sinal verde ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para levar adiante o projeto de tornar Belém sede da Conferência das Partes.

O conclave internacional de mudanças climáticas promovido anualmente sob os auspícios da organização precisa, contudo, ser ratificado na COP deste ano, em dezembro, nos Emirados Árabes.

A COP é um evento portentoso que tem reunido, a cada edição, média de 50 mil pessoas de diversas partes do mundo. A rede hoteleira de Belém está longe de ser similar à de São Paulo ou Rio de Janeiro. Abriga, no máximo, pouco mais de 10% desse volume de hóspedes.

Há muito por fazer não apena nesse mas em outros requisitos de infraestrutura, tanto pública quanto privada, destinados a acomodar conclave dessa natureza, sem contar o imprescindível aparato de segurança, que obviamente não envolve apenas agentes treinados.

Não creio que seja o melhor lugar para dezenas de chefes de Estado se acomodarem para mais blábláblá climático, todos que importam por sua eloquente contribuição à poluição do ambiente pulando fora das metas estabelecidas no Acordo de Paris.

Para citar apenas um deles, fico com a Inglaterra. O primeiro-ministro anunciou em julho 100 novas licenças de petróleo e gás a serem explorados no Mar do Norte. Por aqui, não se pode nem ao menos conseguir uma licença para teste de perfuração a quase 200 quilômetros da costa de Oiapoque (AP).

Tão logo acabou a Cúpula de Belém, a turma ongueira chiou porque Luiz Inácio Lula da Silva não incluiu – o que fez muito bem – na Carta da Amazonia o compromisso de não exploração de petróleo na Margem Equatorial.

Li que para fazer mais blábláblá os poderosos chefões irão vislumbrar o desfile de ônibus novos e elétricos, não poluentes, em Belém. Que maravilha! Não fossem por eles, o povo da risonha e pobre Belém não teriam a oportunidade de circular em veículos inclusive refrigerados. Se é que o projeto sairá do papel.

Para isso e para muitas outras coisas, como adequar instalações para os debates do clima e convescotes, não faltará dinheiro. Vou repetir o que já divulguei em outro Contraponto: O BNDES acenou com R$ 5 bilhões em recursos reembolsáveis e não reembolsáveis, e não menos do que R$ 3 bilhões seriam concedidos via financiamento.

Aloizio Mercadante, o chefe do banco, disse que o Estado do Pará tem capacidade de endividamento. Eu não tenho dúvida. Vou repetir também outra coisa: tenho dúvida da lisura do governo estadual sob comando de um Barbalho. Cisma minha e da justiça no passado.

Por fim, volto a outra repetição: seria muito mais negócio promover a organização territorial da Amazonia, coisa que o PT, em longos 14 anos (seriam 16, se contar com Michel, mas estou dando desconto), não fez.

A regularização fundiária ficou encalacrada entre o Terra Legal e o Incra, entre fogueiras de vaidade e ideologia.

Sem organização territorial, sem a concessão da titularidade da terra, não adianta tentar adotar a bioeconomia ou impedir o povo de desmatar. O dinheiro poderia também ser usado na recuperação de milhões e milhões de hectares de áreas inutilizadas, abandonadas pela pecuária.

Não custa rememorar que a Agenda 2030 capitaneada pela ONU, um organismo empoeirado que representa interesses de meia dúzia de poderosos do ocidente, tem o lema “Ninguém deixado para trás” desde 2015.

Faltam apenas sete anos para chegar em 2030 e muito mais gente está sendo deixada para trás! No Brasil mesmo, o relatório Global Wealth Report 2023 aponta que o 1% mais rico acumula 48,4% de toda a renda d0 país.

Mais gente passa fome, mais o mundo está desigual, e o presidente Luiz Inácio há mais de vinte anos pede para ter assento no Conselho de Segurança da ONU, uma inutilidade para países como o nosso.

Faça simplesmente o dever de casa, presidente! Amazonia para os brasileiros, com a regularização fundiária.