Ex-aliado, deputado também desmontou a tese de que o Congresso é quem atrapalha as reformas.
Ex-apoiador do presidente da República, Jair Bolsonaro, o deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP) soltou o verbo durante sessão na Câmara, nesta sexta-feira, 18, e fez graves acusações contra o presidente e o filho, o senador Flávio Bolsonaro (PSL).
Kim Kataguiri disse que os acordos feitos pelo governo com lideranças do Congresso Nacional não são para fazer reformas e sim proteger o filho “01” do presidente, Flávio Bolsonaro.
“Presidente só faz alianças não para aprovar qualquer reforma ou privatização, ele faz aliança para proteger o filho quadrilheiro, corrupto e vagabundo. E eu quero que fique registrado que não só o filho, mas o presidente da República são quadrilheiros, corruptos e vagabundos”, disse Kataguiri.
Ciente das suas falas, o deputado ainda desafiou o ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, para discutir sobre as acusações feitas.
“Ministro da Justiça, eu estou cometendo um crime contra a honra do presidente da República, pra que fique registrado nos anais da casa. Vagabundo, corrupto e quadrilheiro. Se tiver coragem, me processa que a gente vai discutir o mérito de cada uma dessas três acusações que eu faço ao presidente da República e ao filho do presidente da República no tribunal”, finalizou.
Reformas
Sobre reformas, o deputado disse que Boslonaro comete canalhice e mente ao dizer que o parlamento não aprova medidas provisórias. “Os deputados que votam com o governo tem aprovado suas medidas provisórias, mas o próprio governo retira, como a de agora, de número 10000. Ele tem tido o costume de retirar e fazer caducar as medidas provisórias, depois de meses de trabalho nesta casa.”
Kim também registrou que Bolsonaro não se empenha para buscar fonte de financiamento para o 13º salário do bolsa família, “mas já é o presidente que mais gasta com cartão corporativo da Nova República, 700 mil reais. “ “Bateu o recorde de Michel Temer e de Dilma, e se nega a tratar do 13º salário do bolsa família,” disse.
Obstrução
Ao lembrar que o governo reclama de obstruções na pauta de votações, Kim lembra que várias vezes “vencemos a oposição” e neste momento “a oposição tem votado o que é bom para o governo, como a desvinculação de fundos par o governo gastar como bem entender durante a pandemia, na saúde, na educação.”
“Não há desculpas, é o próprio governo quem barra suas pautas e faz as MPs caducarem”, disse o deputado do DEM de São Paulo.
Privatização
A inércia na privatização é do próprio governo também, destacou o deputado. “A privatização da EBC e da Valec pode ser feita por decreto, podem incluir no Plano Nacional de Desestatização (PND) da época do FHC”, disse Kim.
O governo até agora não mandou os demais projetos de privatização que prometeu. “Em 2019, o ministro Paulo Guedes disse que em uma semana mandaria a reforma tributária para o Congresso Nacional e já tem mais de um ano e nada. E quando manda algo, é sempre de aumento de imposto”, acusou .
A reforma previdenciária, lembrou o deputado Kim Kataguiri, foi iniciada no governo Temer e conduzida e aprovada pelo parlamento, “apesar do ministério da Economia.”
“E a única vez que Bolsonaro veio até o parlamento para falar da reforma foi para desidratar a própria reforma, a fim de atender sua base,” disse.
Prisão em segunda instância
Na comissão onde se discute a prisão em segunda instância, kim Kataguiri, que é membro dela, disse que os deputados do governo não param de operar para impedir esta votação, para que não seja uma pauta que chegue ao Plenário.
Auxílio emergencial
Kim Kataguiri lembrou que “o governo sequer” mandou projeto para a concessão do auxilio emergencial. “Existia um projeto tramitando na Câmara, nós garantimos sua aprovação, melhorando e aumentamos o valor. Nós garantimos esse auxilio no parlamento,” disse.
Dizendo-se parlamentarista, o deputado disse que no Brasil vigora o presidencialismo. “Vivemos num país presidencialista, então é o presidente que lidera, pauta as reformas do país, dá o tom e guia para onde o país caminha. Ele não tem o menor interesse em pautar qualquer tipo de reforma e privatização”, disse Kataguiri.