O desmatamento da floresta amazônica triplicou em março, fechando o primeiro trimestre com a segunda maior área desmatada em pelo menos 16 anos. A informação é do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), que faz o monitoramento por imagens de satélite.
Segundo o Imazon, foram derrubados 867 km² nos três primeiros meses do ano, uma área equivalente a quase mil campos de futebol por dia de mata nativa.
O pesquisador Carlos Souza Jr., do Imazon, fez um alerta: “Os governos federal e dos estados precisam agir em conjunto para evitar que a devastação siga avançando, principalmente em áreas protegidas e florestas públicas não destinadas. Há casos graves como o da unidade de conservação APA Triunfo do Xingu, no Pará, que perdeu uma área de floresta equivalente a 500 campos de futebol apenas em março.”
Ele assinala, ainda, ser necessário não deixar impune os casos de desmatamentos ilegais e apropriação de terras públicas.
A destruição verificada agora só não foi maior do que a registrada em 2021, quando foram postos abaixo 1.185 km² de floresta de janeiro a março.
Cenário que mostra o quanto é preciso adotar com urgência ações de proteção aos territórios mais pressionados.
Os dados do Imazon mostram que dos nove estados da Amazonia Legal apenas Amapá não apresentou aumento no desmatamento.
Em março, oito dos nove estados que compõem a Amazônia Legal apresentaram aumento no desmatamento, com exceção do Amapá. Com isso, 42% do desmatamento previsto pela plataforma PrevisIA para o período de agosto de 2022 a junho de 2023, de 11.805 km², já ocorreu.