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Emenda da bagagem de graça corre risco de ser vetada

Colaboradores aconselharam a manter a cobrança, uma reivindicação das empresas aéreas.
Presidente deve vetar a emenda do Congresso. Foto: Fabio Pozzebom/ABr.

Acredite: o governo mala de Jair Bolsonaro pediu ao presidente veto à emenda aprovada pelo Congresso Nacional que proibiu as empresas aéreas de cobrarem pelo transporte de ao menos uma bagagem de 23 kg dos passageiros em voos nacionais e internacionais.

A cobrança existia desde 2016. Na época, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e as companhias aéreas anunciaram que a medida reduziria o preço das passagens. Ficou cada dia mais barato viajar, não é mesmo?

Agora, acredite, o mesmo papo furado de redução da tarifa é o argumento para liberar a cobrança. O gente resiliente. E o consumidor que se lasque mais uma vez,

A Anac entende que esse detalhe impedirá o Brasil de receber investimentos estrangeiros de empresas interessadas em disputar o enorme e suculento mercado brasileiro.

Conversa fiada e escandalosa sem tamanho!

Vejam o que disse o superintendente da Anac, Ricardo Catanant, ao jornal “O Estado de São Paulo”, nesta quinta-feira (30):  “O presidente foi avisado de que há um conjunto grande de manifestações em prol da manutenção da cobrança por bagagens.”

De seu turno, o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, declarou que o governo mala de Jair Bolsonaro fez um “trabalho de convencimento” para que o presidente vete a emenda que estabeleceu a gratuidade do despacho de ao menos uma bagagem de 23 kg.

São diversos ministérios e órgãos a favor da liberação da cobrança de  bagagens. O consumidor, por óbvio, não foi chamado a fazer parte do “trabalho de convencimento.”

Os arautos do governo citam documentos produzidos pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), pela consultoria legislativa da Câmara, pelos ministérios da Justiça e da Infraestrutura, além de estudos do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (Ita) e decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) para sustentar o apelo ao veto de Bolsonaro.

O que eles dizem? Não se sabe. Zero transparência.

O grupo espanhol Globália, que já pediu registro para operar voos domésticos no Brasil, disse que a proibição de cobrança não inviabiliza sua vinda ao Brasil.

Então? Há um punhado de gente mentindo ao presidente da República e viajando no governo. É o que dá ficar tão somente na platitude dos gabinetes de Brasília.