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Era golpe: 400 mil doses de vacina para Porto Velho viraram caso de polícia

Prefeito Hildon Chaves e Marcelo Thomé garantiram que a Procuradoria acompanhava tudo para que a compra fosse segura.
Hildon e a promessa feita no dia 12 de março.Foto: Leandro Morais.

Com informações do G1

Viraram caso de polícia as 400 mil doses de vacina da AstraZeneca que o prefeito Hildon Chaves (PSDB), de Porto Velho, prometeu comprar, pagando U$ 7,90 por dose, pouco mais de 40 reais, para imunizar 200 mil pessoas.

O portal G1, em matéria publicada nesta quinta-feira, 22, revela esquema da Esafe Solutions, sediada na Pensilvânia (EUA), cuja finalidade não é a venda de vacinas, e o consulado americano fez alertas sobre a empresa, que serviria a diversos tipos de fraude.

O prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves, e o dirigente da Agência de Desenvolvimento de Porto Velho (ADPVH),  Marcelo Thomé, jamais falaram o nome do “representante comercial” com que a prefeitura estava em tratativas, e disseram que a Procuradoria do Município acompanhava tudo, inclusive tendo feito averiguação para ver a idoneidade da empresa, para que a aquisição, ao custo de R$ 20 milhões, fosse segura.

“Obviamente, há um parecer favorável, bem como o acompanhamento de perto pela Procuradoria Geral do Município de Porto Velho (PGM)”, destacou o presidente da ADPVH no primeiro dia de abril.

O caso é que a Polícia Federal desencadeou a operação  Sine Die, e oito mandados de busca e apreensão foram cumpridos nesta quinta feira por decisão do juiz Bruno Monteiro Ruliere, da 1ª Vara Criminal Especializada do Rio de Janeiro.

A Montserrat Consultoria, com sede em Recife, capital pernambucana, dizia representar e empresa americana e ter mais de meio bilhão de doses do imunizante, que jamais seriam entregues. A AstraZeneca, em nota, disse que  todas as doses em produção estão destinadas a consórcios internacionais, como o Covax Facility, e contratos com países. Não há doses remanescentes para serem comercializadas

A operação teria sido antecipada para evitar destruição de provas e para impedir que alguma negociação fosse concluída. Além de Porto Velho, outras 19 prefeituras podem estar envolvidas.

O delegado Thales Nogueira ainda não sabe se algum município chegou a pagar pelo imunizante contratado mediante uma carta de crédito.