Candidatos ao cargo de prefeito em 214 municípios do Brasil poderão ser eleitos com apenas um voto. É que nas cidades identificadas por um estudo da Confederação Nacional dos Municípios(CNM), divulgado nesta terça-feira, 20, existe apenas um candidato registrado.
No caso de Rondônia, que tem 52 municípios, situado na região Norte do país, o atual prefeito de Corumbiara Leandro Teixeira Vieira, do União Brasil, está tranquilo, nem precisa pedir voto. Não há concorrentes.
A pesquisa Os candidatos únicos para as Eleições municipais de 2024: incidência e perfil mostra que na serie histórica de 2000 a 2024 esse é o maior número de candidaturas únicas na disputa pelas prefeituras, dobrando o número de municípios em relação ao último pleito municipal (2020), quando a situação foi constatada em 107 municípios.
A maioria (61%) das 214 cidades com candidatura única é do Rio Grande do Sul (43), seguido por Minas Gerais (41), São Paulo (26) e Goiás (20). A maior parte dos candidatos unicos está em busca da reeleição – são 7 em cada 10, aponta o estudo.
Segundo ainda o estudo da CNM, nas últimas sete eleições, 699 municípios (12,5% do total) tiveram ao menos um candidato único. Na maioria (562), isso ocorreu apenas uma vez. O cenário já aconteceu duas vezes em outras 107. Já em 30 cidades, três ou mais eleições municipais tiveram candidatura única, sendo 12 municípios do Rio Grande do Sul, 5 de São Paulo, 4 do Paraná, 3 da Paraíba, 2 de Minas Gerais, 2 do Rio Grande do Norte, 1 do Piauí e 1 de Santa Catarina.
Não há candidaturas únicas nos estados do Acre, Amazonas, Amapá, Bahia, Espírito Santo e Roraima.
A CNM constatou também que na atual eleição há uma queda do total de candidatos ao cargo de prefeito. São 15.441, conforme o sistema de divulgação de candidaturas da justiça eleitoral, enquanto em 2020 foram 19.379. É uma redução de 20,3% segundo a entidade.
“É uma queda significativa. Quando avaliamos todos esses dados juntos, pensamos na hipótese mais provável de que os desafios crescentes desestimulam as pessoas a entrarem na disputa eleitoral, especialmente para a vaga de prefeito”, analisa o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski. “E não falo apenas da falta de recursos financeiros e de apoio técnico. As dificuldades incluem questões burocráticas e entraves jurídicos, que tornam a vida pública muito penosa na ponta.”
Leia a íntegra do estudo abaixo: