Um fenômeno natural chamado dequada é o que está causando a morte de centenas de peixes no rio São Miguel, um dos mais importantes afluentes do rio Guaporé, no município de São Miguel do Guaporé, em Rondônia.
Na terça e quarta-feira, 22 e 23, começaram a circular vídeos em grupos de whatsapp mostrando peixes mortos de várias espécies. O presidente da Associação Comercial e Industrial de São Miguel do Guaporé, Jair Silva, foi um dos repassaram vídeos e áudios de produtores rurais preocupados com a situação.
“É preocupante e triste ver tantos peixes assim mortos; é necessário que as autoridades responsáveis apurem o que está acontecendo,” disse Jair, que teria entrado em contato com o deputado estadual Ismael Crispin (PSB), cuja base eleitoral é na região.
O rio São Miguel é bastante piscoso, e entre os peixes mortos podem ser vistos pintados, arraias, tucunarés, traíras, piaus etc.
Em contato com o Blog da Mara, o deputado confirma ter sido procurado e que obteve do secretário de Meio Ambiente do Estado (Sedam), Marcilio Lopes, a explicação do fenômeno chamado dequada, já tendo ocorrido na região em 2018, conforme registrou o jornal Correio Central.
A mensagem de texto enviada ao deputado pelo secretário diz: “Esse fenômeno não tem nada a ver com veneno. Acontece geralmente nessa época do ano devido ao início das chuvas. Como fica muito tempo sem chover a matéria orgânica se acumula no solo. Quando a chuva vem arrasta toda essa matéria orgânica (folhas, paus apodrecidos e outros) para dentro do rio…quando toda essa matéria orgânica entra em processo de decomposição dentro do rio, baixa drasticamente o nível de oxigênio da água e os peixes morrem por falta de oxigênio.”
“Causa uma espécie de choque e elimina muito o oxigênio,” acrescentou o deputado Crispin.
A dequada é fenômeno caracterizado pela alteração das características da água, como cor, odor, oxigênio dissolvido, gás carbônico dissolvido, pH, condutividade elétrica, nutrientes (nitrogênio, fósforo, carbono) e demanda bioquímica de oxigênio dentre outros.