Ibama destrói aviões e pistas de pouso de suporte a garimpos ilegais no Pará

Operação ao longo da BR 230 destruiu estrutura de suporte a garimpo ilegal que vinha ocorrendo em terra indigena e unidade de conservação.
Ação do Ibama e ICMBio no Pará destruiu aeronaves. Foto: Divulgação/Ibama.

Blog, com informações do Ibama

Realizada pelo Ibama e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), operação denominada Acupary desmantelou, na sexta-feira, 25, aviões e pista de pouso que davam suporte a garimpos ilegais em terras protegidas e em unidades de conservação localizadas no baixo Tapajós, Pará.

A ação criminosa ocorria ao longo da BR 230. Lá, quatro pistas de pouso improvisadas eram usadas para se cometer a extração ilegal de ouro. Foram apreendidas pela equipe cinco aeronaves, três camionetes, 42 mil litros de diesel para uso de máquinas de mineração, 1.600 litros de gasolina de avião, uma pistola com numeração raspada e uma carabina.

Os fiscais dos órgãos de meio ambiente detectaram que as aeronaves foram modificadas para atender o transporte de carga para os garimpos, colocando em risco a navegação aérea, o meio ambiente e as comunidades “que já vivem acuadas pelos garimpeiros na região,” ressalta nota do Ibama.

A operação realizada na BR-230 resulta na inutilização dos equipamentos e aviões devido à impossibilidade, explica o Ibama, de retirada dos bens do local. Os aviões não possuem registro de manutenção, a condição real de operação é desconhecida, sendo inviável sua retirada por meio aéreo sem expor a integridade física dos servidores e dos moradores da região.

A retirada por terra, de outro lado, implica na passagem por diversos pontos de controle das organizações criminosas, onde os servidores correm grande risco a emboscadas ou a outras tentativas de impedir que a fiscalização ambiental conclua o transporte dos bens.

“Tendo em vista a exposição dos servidores e da própria comunidade do local, a inutilização dos equipamentos se faz necessária. A ação enquadra-se na hipótese legal e apresenta-se como única alternativa razoável,” diz nota do órgão ambiental.

A operação compreende o cumprimento de determinação do STF no âmbito da ADPF 709, relacionada à comunidade indígena Munduruku. Nessa primeira fase, a operação atacou as pistas de pouso que apoiam a linha de suprimento dos garimpos clandestinos no interior da TI Munduruku e das Unidades de Conservação Federais localizadas às margens da BR 230.

Foi identificado pelo Ibama que dezenas de aeronaves que operavam na TI Yanomami migraram suas atividades para a bacia do Tapajós após o início da operação Xapiri, que combate o garimpo na TI Yanomami desde fevereiro de 2023.