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Indígenas defendem em CPI liberdade de produzir “roça mecanizada”

O cacique Arlnaldo Tsererowe disse que em todos os governos após o de FHC houve dificuldade de acesso à Funai.
Indigenas Xavante em depoimento à CPI das ONGs. Foto: Geraldo Magela.

Agência Senado

Dois indígenas ouvidos pela CPI das ONGs nesta terça-feira, 24, defenderam a produção agrícola mecanizada nas aldeias. Convidados por meio de requerimento do senador Mauro Carvalho Junior (União-MT), Graciano Aedzane Pronhopa e Arlnaldo Tsererowe também defenderam a derrubada dos vetos presidenciais na Lei 14.701, de 2023, que regulamenta o capítulo constitucional Dos Indios, tratando de um  marco temporal para demarcação de terras indígenas.

Para eles, deveriam ser permitidos contratos entre não indígenas e indígenas para exploração econômica de suas terras.

Pronhopa, cacique da etnia xavante, disse que sua aldeia na terra indígena de Sangradouro, em Poxoréu (MT), utiliza a “roça mecanizada” para subsistência.

“O governo brasileiro deve dar a liberdade de os indígenas desenvolverem em seus territórios para terem o bem-estar e uma vida digna acompanhada de desenvolvimento sem deixar as tradições, cultura ou modo de viver (…). E não ficar à mendicância, recebendo cesta básica,”disse Graciano, segundo o qual a tribo utiliza agricultura mecanizada desde 1979.

Já o Arlnaldo Tsererowe, também cacique xavante, da terra indígena Parabubure no município de Campinópoles (MT), apontou dificuldade para ter acesso a representantes da Funai em Brasília.

Segundo ele, todos os governos posteriores ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (de 1995 a 2003) tiveram esse problema.

“Não somos ouvidos pela Funai. Se for vir a Brasília, o cacique tem que solicitar à [coordenação] regional da aldeia. A regional encaminha, [mas] não chega resposta. É assim que está acontecendo o atendimento aos nossos líderes que vem procurar apoio,” disse Tsererowe.