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Janaína Paschoal e a eminência parda de Jair Bolsonaro

Nada do que Janaína disse tem sido levado em conta, e o que se vê hoje é uma guerrilha ideológica instalada no governo.
Janaína, na convenção, fez apelo à militância para não virarem PT ao contrário.
Alto comando do Exercito pediu a Bolsonaro controle sobre os filhos. Foto: Divulgação/rede social.

A moderação e tolerância estimuladas pela advogada e agora deputada estadual Janaína Paschoal em julho passado, na convenção nacional do PSL, partido do presidente da República, continuam em falta  mesmo após quatro meses de governo, e quem alimenta o ódio, a futrica e a intolerância nas redes sociais goza de alto prestígio.

Naquele momento, Janaína fazia um apelo à militância bolsonarista, ao próprio partido e ao círculo mais próximo de campanha para não virarem um “PT ao contrário” estimulando pensamento único e  se preocuparem com “a governabilidade”, afinal se eleito Bolsonaro governaria para todos. Foi um discurso contundente, e teria desagradado a cúpula do partido.

Nada do que Paschoal disse tem sido levado em conta, e o que se vê hoje, após a “despetização” da máquina governamental, é uma guerrilha ideológica instalada dentro e fora do governo, comandada pelo tal Olavo de Carvalho, em sintonia fina com os filhos do Presidente, provocando mal estar não apenas no Executivo mas também nos demais poderes. O alvo, de abril  para cá, tem sido os militares.

Eminência parda de Jair Bolsonaro, Olavo nem no Brasil mora, mas o Presidente jamais desautorizou seus ataques, pelo contrário: sem repreendê-lo ou mesmo externar apoio à parte agredida, estimula com este comportamento sua continuidade a quem quer que seja, fustigando reais ou imaginários inimigos.

A #Fora Santos Cruz é um dos estragos da escaramuça propagada intensamente pelos apoiadores na internet, insuflados pelo tal Olavo, que chamou o chefe da secretaria de Governo de “bosta engomada” e “seu merda”. Tudo por causa de uma entrevista dada pelo general em que defendeu a necessidade de aprimorar alguma legislação para evitar a escalada de ódio na internet.

A agressão deixou em assombro a cúpula militar, que desde abril acompanhou estupefata os xingamentos do tal Olavo de Carvalho ao general Villas-Boas. Ela se reuniu, recebeu o presidente Bolsonaro, mas não ouviu única palavra de apreço ou solidariedade.

Por que será? Eleito justamente – entre outros fatores – por ter sido militar e contar com apoio nas Forças Armadas, Bolsonaro só tem elogios para a eminência parda, estranhamente deixando  militares de seu governo irritados, porém até agora comportados em seus gabinetes e quarteis.

Até quando é um mistério, de igual enigma o tsunami da semana que começa segundo disse sexta-feira, em evento da Caixa Econômica Federal, o presidente Jair Bolsonaro.