Com o argumento de que tem apenas um dos nove votos do Comitê de Política Monetária (Copom), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta terça-feira, 25, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal, que não tem ideia de quando a Selic (taxa basica de juros) vai cair.
“Tomaremos uma decisão técnica, olhando todos os fatores, e as coisas estão caminhando no sentido certo”, afirmou na audiência pública para o qual foi convidado a falar sobre os elevados juros no Brasil.
Para o presidente do BC, o custo social de não combater a inflação é muito superior ao do impacto no curto prazo dos juros altos. Falou não ser possível defender a queda dos juros na “canetada”.
“Se fosse fácil resolver o problema com canetada já tinha feito. Obviamente, que se a gente fizer uma canetada, ou seja, uma queda de juros artificial, o que vai acontecer é que você vai estar passando uma mensagem que a remuneração [dos ativos] não está apropriada para o seu risco”, declarou.
Ao responder a senadores, disse que a aprovação do marco fiscal tem um peso na avaliação do BC, pois faz com que as expectativas de queda da inflação aconteçam. Isso teria acontecido, segundo ele, quando foi aprovado o teto de gastos.