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Lewandowski diz que Marielle morreu por contrariar interesses da milícia em grilagem de terras

Em 2018, a procuradora Raquel Dodge pediu a federalização do crime, negada pelo STJ; a familia de Marielle e o deputado Freixo foram contra entregar o caso à PF.
Ministro Lewandowski, ministro da Justiça. Rafa Neddermeyer/ABr.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, disse durante entrevista coletiva neste domingo, 24, que o assassinato da vereadora Marielle Franco foi um crime político, e que a vereadora contrariava interesses da milicia na grilagem de terras no Rio de Janeiro.

Marielle e seu motorista Anderson Gomes foram assassinados no centro do Rio de Janeiro, dentro do carro, em 2018. O ministro disse que “o crime organizado não terá sucesso” no Brasil, e que a investigação do caso Marielle com a descoberta dos mandantes intelectuais do crime é “triunfo do estado brasileiro.”

“Foi um crime de natureza política, claramente política, a Polícia Federal identificou os mandantes e demais envolvidos. É claro que poderão surgir novos elementos que levarão a um relatório complementar da Polícia Federal, mas neste momento dos trabalhos a investigação é dada como encerrada, “disse o ministro.

Postagem de Marcelo Freixo em 2020 contra federalizar a investigação sobre o caso.

O ministro Ricardo Lewandowski disse ainda que foram quase cinco anos de “investigação infrutífera” no Rio de Janeiro. A federalização do crime foi solicitada pela ex-procuradora geral Raquel Dodge, em 2019, ocasião em que ela revelou forte indício do envolvimento de Domingos Brazão no caso.

Quem se posicionou contra a federalização foi o correligionário de Marielle Franco, deputado federal Marcelo Freixo, à época filiado ao partido dela, o PSOL.

Publicação de Moro neste domingo,24.

Em sua rede social X, em 2020,  ele disse que o então ministro da Justiça e Segurança Público Sergio Moro deveria federalizar o combate às miliciais, e não a investigação do crime contra a vereadora, “por não haver justificativa legal para isso” e porque “não havia limitações às investigações na esfera estadual; isso não está acontecendo no Rio de Janeiro.”

A investigação revelou que o chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa, com quem Freixo se encontrou após o assassinato, garantiu a impunidade do crime, tentando manipular informações e levar às investigações para uma direção distante dos que estavam de fato envolvidos no crime político que abalou o Brasil.

Em sua conta no X, neste domingo,  o senador Sergio Moro, ex-ministro, desejou que os mandantes dos assassinatos de Marielle e Anderson Gomes paguem por seus crimes, e lembrou que a federalização foi recusada pela família da vereadora, “o que respeitamos.”  Lembrou ainda que um dos apontados como mandante já tinha sido preso pela Lava Jato.