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Com 26 candidatos a prefeito, MDB mantém protagonismo nas eleições

O 2º em número de candidatos a prefeito, o PSD deu um salto: tem 16 nomes na disputa contra apenas 2 em 2016. Foto: Divulgação.
O Brasil tem mais de 30 partidos, favorecendo a fragmentação de votos. Foto: Divulgação.

Mara Paraguassu

O MDB continua sendo a maior força política de Rondônia, mantendo a disputa nas sucessivas eleições municipais com o maior  número de candidatos a prefeito. Os dados do DivulgaCand, ferramenta disponível para consulta das candidaturas no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mostra que o partido tem candidatos a prefeito em 26 dos 52 municípios.

O segundo partido com expressão de candidaturas é o Partido Social Democrático (PSD), com 18 nomes na disputa, e a terceira legenda com mais presença é o Partido Democrático Trabalhista (PDT), com 17 candidaturas a prefeito. O PSD deu um salto: saiu de 5 e 2 candidaturas, respectivamente em 2012 e 2016.

Surpreende o quarto lugar para o Democratas (DEM), uma vez que em eleições locais anteriores, 2012 e 2016, o partido teve respectivamente 3 e 9 candidaturas. Nesta eleição de 2020 tem candidaturas em 16 regiões, e uma explicação para isso é o protagonismo da direita no país e a liderança do senador Marcos Rogério.

O quinto lugar é dividido entre o Partido Socialista Brasileiro (PSB) e o Partido Progressista (PP), com 14 candidatos cada a prefeito. Embora tenha importantes lideranças da capital, como o prefeito Hildon Chaves e a deputada federal Mariana Carvalho, o PSDB regrediu em relação à eleição de 2016, quando foi para a disputa com 13 candidatos a prefeito. Agora estão registrados apenas 7 nomes, com possibilidade de manter o controle da gestão de Porto Velho.

Os tucanos perdem para o Patriota (12), Republicanos (12), Podemos (11) e PT (10), e até mesmo para o Solidariedade (SD) e Partido Verde (PV), com 8 candidatos cada.

Em sucessivas eleições, a legenda lidera em candidaturas e prefeitos eleitos. Foto: Assessoria.

A análise dos cientistas políticos para esta eleição de 2020, onde não haverá coligações proporcionais, o que era permitido para os cargos legislativos¸ à exceção do Senado, que é uma disputa majoritária, é a de que os partidos melhor estruturados, isto é, com diretórios instalados, capilaridade e nomes conhecidos na disputa, com maior volume de recursos, sairão  fortalecidos.

O fim da coligação proporcional cumpre, justamente, o objetivo de fortalecer legendas que tenham histórico de participação eleitoral e possam evidenciar com clareza sua linha programática. Investigações de corrupção que envolveram o MDB na aliança nacional com o PT indicam que o partido campeão de prefeituras mantem a preferência, apesar de tudo.

Na eleição de 2012, em Rondônia, o MDB teve 26 candidatos a prefeito e em 2016 foram 31. Cumpre registrar que o partido consegue manter nichos de domínio político em por exemplo municípios da região central do Estado, como Vale do Anari, Mirante da Serra, Rio Crespo e Governador Jorge Teixeira. Nas duas últimas eleições municipais e agora liderou candidaturas nestas regiões.

Avante, Patriota e Republicanos

Em 15 de novembro, o eleitor terá candidatos a prefeito de 25 diferentes legendas partidárias, inclusive o Avante, Patriota e Republicanos, todos com gênese em outras denominações, surgidos a partir de 2017 com mudanças aprovadas pelo TSE.

O Avante, por exemplo, que tem candidatos em Guajará Mirim, Candeias e Porto Velho, vem do PT do B (Partido Trabalhista do Brasil), que após 28 anos deixou de existir. “A nova voz que nasceu das ruas”, conforme seu manifesto, tem semente em Minas Gerais e foi autorizado a ser Avante em junho de 2018. Em Rondônia, a presidência está sob comando do deputado estadual Jair Montes.

O Patriota é originado do Partido Ecológico Nacional (PEN), passando a existir com este nome em abril de 2018, a ele se integrando o Partido Republicando Progressista (PRP). Ele é presidido no Estado pelo deputado Marcelo Cruz.

O Republicanos deixou de ser Partido Municipalista Renovador (PMR), passando para Partido Republicano Brasileiro (PRB) por sugestão do vice-presidente da República José Alencar, com o nome atual recente, aprovado em 2019. Conservadores e evangélicos a ele estão vinculados. O partido tem sede própria em Brasília de 6 mil m².

O Partido Trabalhista Nacional (PTN) foi criado na década de 40, lançou Jânio Quadros para a presidência do Brasil, sendo extinto por ato institucional que inaugurou o bipartidarismo na ditadura militar – Arena e PMDB apenas. Foi recriado na década de 90, e em maio de 2017 virou Podemos, sob a presidência do senador Álvaro Dias e em Rondônia presidido pelo deputado Leo Moraes. Sua liderança é uma das razões que possibilita o lançamento de 11 candidatos a prefeito.

Siglas presentes em eleições anteriores, como PMN, PTN, PT do B e PPS, este último atende por Cidadania agora, deixam de compor o balaio de legendas em excesso que existe no sistema partidário brasileiro. Cidadania, PSOL e PSTU disputam uma única prefeitura cada.

Em 2012, 22 partidos disputaram prefeituras em Rondônia, e em 2016 foram 24.

O MDB lidera em candidaturas e resultado eleitoral não apenas em Rondônia, mas em todo o Brasil.