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Loja de venda de armas tem financiamento do BNDES, o que é ilegal

A reportagem aponta ainda que a manobra desse clube de tiro preocupa especialistas em segurança pública, porque há um aumento expressivo desse ramo de atividade. Foto: Divulgação.
BNDES exigiu informação sobre filiação a partidos. Foto: Divulgação.

Investigação de Julia Affonso e Vinícius Valfré, de O Estadão, mostra que um empresário, dono de clube de tiro no Rio Grande do Sul, obteve financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pouco tempo depois alterou contrato social para permitir venda de armas. O banco estatal não pode conceder empréstimos para comércio de armamentos. A matéria foi publicada nesta sexta-feira, 13.

O major da reserva da Polícia Militar Ivan Keller se utilizou de uma manobra para obter o empréstimo, se preparando para o comércio varejista,  sem se submeter às vedações previstas pelo banco estatal.

Filiado ao PL e apoiador do ex-ministro Onyx Lorenzoni (PL), o oficial reformado da PM gaucha obteve do BNDES em 2021 um aporte de R$ 130 mil com juros de 5,45% para financiar o “ensino de esportes” no seu Clube de Tiro Keller.

Em em 1º de julho, a empesa incluiu “comércio varejista de armas e munições” em sua lista de atividades econômicas, para legalizar a situação. Se isso constasse no contrato no instante em que o empréstimo foi solicitado, o financiamento não poderia ser liberado. A loja de venda de armas será aberta em Santa Cruz do Sul.

A reportagem aponta ainda que a manobra desse clube de tiro preocupa especialistas em segurança pública, porque há um aumento representativo desse tipo de atividade, havendo o receio de que os cofres públicos direta ou indiretamente financiem a venda de armas.  Existe hoje mais de 2 mil clubes de tiro em todo o país.