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Militares tentam convencer Moraes a mudar teste de urna

Alexandre de Moraes toma posse na presidência do TSE no dia 16 de agosto.
Alexandre de Moraes, ministro do STF. Foto: Nelson Jr.

Mudanças adotadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para gerar mais transparência e confianças nas eleições não são suficientes para os militares que, convidados pela própria justiça eleitoral, fazem parte do grupo de fiscalização do sistema eletrônico de votação.

Em matéria publicada nesta  sexta-feira, 13, o jornal O Estadão diz que o Ministério da Defesa quer garantir, e para isso tenta convencer o ministro Alexandre de Moraes, o próximo presidente do TSE, a mudar a forma como é feito o teste de integridade no dia da eleição. Os militares não acham seguro o suficiente a maneira como é realizado o teste.

Este teste consiste numa votação simulada, realizada desde 2002 pela Justiça Eleitoral, como forma de certificar que as urnas contam corretamente os votos digitados. Segundo o jornal, nunca houve divergências, mas os militares propuseram mudanças no processo.

O teste ocorre no dia da votação na sede dos tribunais regionais eleitorais para onde são levadas urnas sorteadas na véspera do pleito. Lá, servidores digitam os votos registrados antes em cédulas de papel. No fim, a contagem da urna é comparada com a das cédulas. Tudo é filmado e transmitido ao vivo na internet. Os fiscais credenciados podem acompanhar o procedimento, no qual não há envolvimento direto de eleitores.

Os militares acham que a votação paralela do teste deve ocorrer em condições reais. Assim, eles propõem, ainda segundo o jornal, que o teste de integridade seja realizado na própria seção eleitoral. Bastaria instalar uma segunda urna apenas para os testes.

E, além disso, os eleitores deveriam ser convidados a participar, o que garantiria o ritmo real de votação na opinião

Defesa quer mudar forma do teste de integridade feito com a urna eletronica. Foto: Divulgação.

dos militares.  Depois de votarem na cabine oficial, eles seriam chamados a destravar a urna-teste com a própria biometria e, em seguida, dispensados. A partir daí, servidores da Justiça procederiam à votação paralela como fazem hoje.t

 

A proposta não foi aceita pelos técnicos do TSE. O modelo pensado pelos militares pode gerar “confusão.” “Programadores da Corte ponderam que o ambiente da seção eleitoral é mais tumultuado, sujeito a interferências, para receber um exame tão preciso,” diz matéria do jornal.

Alexandre de Moraes toma posse na presidência do TSE no dia 16 de agosto. Ele  levou pessoalmente ao presidente o convite de sua posse. No encontro, eles teriam conversado por cerca de uma hora.