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Luiz Inácio manda para o olho da rua terceira mulher do primeiro escalão

O mais aterrador é que Arthur Lira e Luiz Inácio vão dividir as 12 vice-presidências da Caixa Econômica Federal com PP, Republicanos, PSD e União Brasil.
Rita Serrano, funcionária de carreira da CEF, foi exonerada da presidência para atender o Centrão.Foto: Divulgação.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva mandou para o olho da rua, para abrigar mais uma apadrinhado do Centrão, a terceira mulher do primeiro escalão de seu Governo.  Rita Serrano, funcionária de carreira da Caixa Econômica Federal (CEF), foi despedida nesta quarta-feira, 25.

Ocupará a presidência do banco federal o também funcionário da instituição Carlos Vieira, considerado nome de confiança do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

Ao despachar Rita, Luiz Inácio exonera a terceira mulher de postos de primeiro escalão para abrir lugar para aliados de legendas vinculadas ao Centrão, com intuito de consolidar apoio do Republicanos, PP e União Brasil no Congresso Nacional.

Um detalhe: Luiz Inácio não as substitui por nenhuma outra mulher. Outro detalhe: até agora, na conta dos 37 ministérios, só as mulheres foram para o sacrifício para atender o troca-troca do qual o presidente, com o habitual excesso de pragamatismo, não se constrange em fazer.

A primeira a ir embora foi Daniela Carneiro, em julho, exonerada  do Ministério do Turismo para abrigar o deputado Celso Sabino (União-PA) a pedido do União Brasil.

A ex-atleta Ana Moser foi despachada em setembro do Ministério dos Esportes, sem que houvesse pressão das mulheres que compõem o núcleo feminino de partidos de esquerda aliados do governo.

O pior é que Luiz Inácio havia garantido a Moser que ela não seria substituída, que ela “não se preocupasse.”

A mudança na presidência da Caixa Econômica Federal é especulada há pelo menos dois meses, quando se começou a falar em uma reforma ministerial. As viagens de Luiz Inácio foram adiando o assunto, depois veio a cirurgia no quadril, e finalmente Rita Serrano é demitida.

É um episódio de misoginia, sem dúvida, e o mais aterrador é que Arthur Lira e Luiz Inácio vão dividir as 12 vice-presidências da Caixa Econômica Federal com PP, Republicanos, PSD e União Brasil.

Segundo o jornal O Globo, Rita chegou a se movimentar no governo em busca de apoio e manteve a postura de “fincar o pé” frente a possibilidade de sair. Buscou os ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral) e Maria Fernanda Ramos Coelho, ex-presidente da Caixa e secretária-executiva da Secretaria-geral da Presidência.

Sindicatos saíram em apoio a Rita Serrano. O Sindicato dos Bancários do ABC, entidade da qual Serrano é ex-presidente, divulgou nota afirmando que não poderão aceitar sua substituição.

A Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf-RJ/ES) também publicou manifesto destacando a trajetória de Rita no banco, do qual é funcionária desde 1989 e repudiando o movimento “oportunista e carguista que busca derrubá-la da presidência da Caixa.