Ao concluir a votação da reforma da previdência, às 20 desta quarta-feira, 10, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, disse que a relação de confiança que construiu com as lideranças partidárias de oposição e situação fez com que o parlamento “tivesse o protagonismo” dessa votação, o que não acontecia há muitos anos, segundo ele.
Foram 379 votos a favor e 131 contrários à reforma. A votação superou a expectativa do governo.
“Durante 30 anos tiraram a prerrogativa da Câmara dos Deputados, diminuíram a importância dessa casa, e sem tirar a prerrogativa do presidente da República é nosso papel recuperar a forca da Câmara e do Congresso Nacional”, disse.
A linha de discurso é um claro recado a setores da sociedade e de aliados do presidente Jair Bolsonaro – a ele próprio, também, que teve rusgas com Maia no decorrer da tramitação da reforma – que nos meses iniciais de gestão atacaram o parlamento, especialmente pelas redes sociais e em manifestações de rua.
“Recuperando a força da Câmara estaremos fortalecendo a nossa democracia. Aqui – apontando para o Plenário lotado – está a síntese do Brasil. “Daqui saem as soluções para o pais. As soluções passam pela política”, continuou
O recado mais diretamente para o presidente Jair Bolsonaro, que estimula o filho Carlos e Olavo de Carvalho nas criticas às lideranças partidárias e ao parlamento e tem apreço pelo autoritarismo, foi:
“Não haverá investimento privado, com reforma tributária, previdenciária, se não tivermos uma democracia forte. Um investidor de longo prazo não investe num país que ataca suas instituições. Este é um conflito que temos hoje, e temos que superar. O Congresso e o STF tem sido atacados de forma exagerada”, avaliou, em seguida dizendo que apesar disso em nenhum momento saiu “do objetivo de trazer a reforma até aqui.”