Favorável à reforma da Previdência, com a ressalva de que desaprova pontos da que foi enviada ao Congresso Nacional pelo governo Bolsonaro, o deputado Paulinho da Força disse que a Câmara dos Deputados não votará mudança na idade de aposentadoria de professores. “Se tem professor aqui, podem ficar tranquilos que isso não passa”, disse na tarde de quinta-feira (6) no ato de filiação ao Solidariedade, realizado no auditório do Sindicato dos Servidores Federais de Rondônia (Sindsef).
A manutenção da idade da aposentadoria dos professores é quase consenso no parlamento, segundo ele. “É uma crueldade mudar. Nunca fui professor, mas fui aluno. Se tiver quatro alunos como eu numa sala de aula o professor fica doido antes dos 40 anos. Eu era o diabo na sala”, registrou.
Atualmente há diversas regras em vigor para os professores, mas em geral os da rede pública podem se aposentar a partir dos 55 anos de idade com, no mínimo, 30 anos de contribuição. Mulheres se aposentam com 50 anos de idade e 25 anos de contribuição.
Paulinho da Força disse ainda que o problema da reforma de Jair Bolsonaro é a transição. “Tem quatro regras, uma vai ligando com a outra, e acho que não tem jeito das pessoas se aposentarem antes dos 65 anos. E isso é injusto porque a pessoa não foi contratada para trabalhar por 65 anos, é oura regra. Defendo uma regra única”, avaliou.
“Duvido que alguém aqui nesta sala consiga explicar a transição proposta pelo Paulo Guedes (ministro da Economia)”, disse.
O presidente nacional do Solidariedade disse que fez uma proposta ao relator da reforma da Previdência, deputado Saulo Moreira (PSDB-SP) e ao secretário da Previdência do Ministério da Economia Rogério Marinho para incluir 30% a mais no tempo que falta para o trabalhador se aposentar.
“Acho que vai sair um acordo. O correto é você saber quanto tempo faltará para se aposentar. Quanto se tem regras que não se sabe isso nunca, não é possível aceitar um negócio desse. E transição é para 55 milhões de brasileiros”, declarou.
Estados e municípios
Paulinho da Força defendeu que a reforma da Previdência de estados e municípios seja feita pelos governadores. “Os nove governadores do Nordeste dizem que são favoráveis à reforma mas ficam fazendo nas bases campanha contra. Então que os governadores que assumam o ônus de fazer a reforma deles”, disse.