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Plano integrado de enfrentamento à Covid-19 em quatro fases é anunciado pelo governo  

Na coletiva de imprensa para anunciar o plano, Marcos Rocha novamente culpou a imprensa por não fechar contrato com o Prontocordis. Foto: Ésio Mendes.

É prevista multa civil, e prefeito Hildon Chaves .anuncia compra de hospital com 50 leitos. 

Blog da Mara

Um plano em quatro fases para enfrentamento da Covid-19 em Rondônia foi anunciado conjuntamente nesta sexta-feira (8) pelo governador Marcos Rocha e prefeito de Porto Velho Hildon Chaves. A execução do plano prevê a obrigatoriedade do uso de mascaras por 120 dias, com aplicação de multa civil pelo descumprimento, após iniciada a fase 3.

O “Plano Todos por Rondônia” foi elaborado pelo Grupo de Trabalho Técnico Científico do Governo do Estado, com a colaboração da Fundação Universidade Federal de Rondônia e Instituto Federal do Sudoeste de Minas Gerais.

A primeira fase inicia-se tão logo seja publicado decreto que dispõe sobre o plano, que precisará contar com a adesão dos municípios, o que deve ocorrer logo. A fase 1 é chamada de Distanciamento Social Ampliado (DSA), na qual estão previstas a movimentação de pessoas somente para realização de compras e trabalho; comercio aberto somete para serviços essenciais; suspensão de visitas a asilos, hospitais e unidades prisionais; home office para servidores  e trabalhadores em geral e proibição de aglomeração e reuniões acima de 5 pessoas.

Esquema das mudanças de fase. Fonte: Governo de RO.

A fase 2 é denominada Distanciamento Social Social Seletivo (DSS), na qual estão estabelecidas: manutenção do funcionamento das atividades comerciais da fase 1; isolamento social  apenas de pessoas de grupos de risco; home office para servidores e trabalhadores; proibição de reuniões e aglomerações acima de cinco pessoas; suspensão de visitas a presídios, asilos e hospitais e abertura de demais atividades que não promovam aglomerações e risco de contaminação (conforme estudos).

A fase 3,  Abertura Comercial Seletiva (ACS), prevê a manutenção das atividades das fases 1 e 2; manutenção do isolamento das pessoas de grupos de risco; suspensão das visitas aos presídios, asilos e hospitais; abertura de restaurantes (com consumo no local) respeitando-se a regra de distanciamento social e proibição de aglomeração acima de 30 pessoas.  

A última etapa, a 4,  Abertura Comercial Ampliada e Prevenção Continuada, prevê a reabertura total das atividades; manter os hábitos de higienização e cuidados para evitar contaminação e a obrigação de utilização de máscaras por 120 dias após o inicio da fase 3, ainda com previsão de multa civil.

As fases podem evoluir, permanecer ou retroagir, a depender do comportamento da população, evolução da doença em Rondônia e também da capacidade de resposta do sistema de saúde integrado do Estado e prefeitura de Porto Velho, onde há, desde o inicio da propagação da Covid-19, o maior número de casos. Do total de 1222 casos confirmados na sexta-feira, 8, 932 são na capital, seguido de Ariquemes, com 120. Internados com a confirmação e suspeição da doença são 137 em hospitais público e privado.

O plano consta de um cronograma em que após o 14º dia a partir do lançamento do decreto será feita uma análise da situação para tomada de decisão na qual cabem as possibilidades de evoluir, permanecer ou retroceder determinada fase. Posteriormente se ingressa num ciclo de 21 dias, com avaliações que se sucedem.

O plano traz também tópico sobre ações efetivas integradas, englobando ampliação de leitos e medidas de mitigação econômicas e sociais.

Com o que contam governo e prefeitura de Porto Velho:  67 leitos a partir de 8 de maio;35 a partir de 11 de maio e 105 a partir de 26 de maio, totalizando 207. Leitos em UTI são 19 a partir de 8 de maio; 12 a partir de 13 de maio e 35 a partir de 18 de maio, totalizando 66.

Tanto o governador Marcos Rocha quanto o prefeito Hildon Chaves fizeram o mesmo apelo: para que a população ajude e cumpra as normas de enfrentamento da doença. “A população precisa ajudar mais, é uma questão de cuidado e respeito ao próximo, dessa forma poderemos reverter os índices de contaminação evitando a adoção de medidas mais restritivas principalmente em Porto Velho e Ariquemes”, disse Rocha.

“O coronavírus é o inimigo que está causando muitos problemas. Enquanto a população de Porto Velho não se envolver com seriedade e compromisso, nós não vamos conseguir avançar no combate a essa epidemia”, afirmou o prefeito.

Compra de hospital

O prefeito Hildon Chaves anunciou a compra de um hospital com 50 leitos. O Estado, após fracassar no arrendamento do Prontocordis, comprou o Centro Materno Infantil Regina Pacis, por R$ 12 milhões, atualmente parte dele em reforma para atender as necessidades do Estado. São 12 UTIs disponíveis.

Culpa da imprensa

Novamente o governador Marcos Rocha culpou a imprensa “maldosa” pela dificuldade encontrada para se contratar por arrendamento o Prontocordis, unidade hospitalar com a melhor UTI do Estado. O médico José Augusto declarou ao Blog que desistiu do contrato por orientação do advogado do hospital. O Blog apurou que pesou na decisão a exigência de obrigações que possivelmente gerariam enorme desgaste para a direção.

Na quinta-feira, 7, durante videoconferência com deputados reunidos em sessão na Assembleia Legislativa, Marcos Rocha disse que por causa das “fake news lançadas na mídia” o contrato com o hospital não foi celebrado.

Aqui a exposição do plano.