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Previsível: ala do PT age para deixar Boulos na mão na corrida à prefeitura de SP

O DNA hegemônico do PT impede que qualquer aliado possa contar com seu apoio em chapa eleitoral.
Guilherme Boulos durante entrevista ao Roda Viva. Foto: Reprodução.

Leio no Estado de São Paulo que uma ala do PT liderada pelo secretário de Comunicação do partido, deputado federal Jilmar Tatto, já põe as manguinhas de fora e declara que irá procurar o presidente Lula da Silva para convencer o cacique petista a rever a decisão de apoiar o também deputado Guilherme Boulos (PSOL) à sucessão do prefeito Ricardo Nunes(PMDB) em 2024.

Lula da Silva pretende que o acordo feito com Boulos seja cumprido. Esse acordo foi feito quando Boulos renunciou à pre-candidatura ao governo de São Paulo para que seu partido pudesse apoiar  Fernando Haddad, do PT. Boulos, à epoca, disse que havia refletido com seu partido que não poderia manter a esquerda dividida, considerou ser importante o PSOL ter bancada federal e firmou acordo com Lula, a presidente Gleisi Hoffmann e outras lideranças que hoje estão no governo para ter apoio do PT à prefeitura paulista.

Guilherme Boulos já demonstrou que eleitoralmente é um nome competitivo, mas Jilmar Tatto disse ao Estadão que seria “burrice” o PT abrir mão da candidatura na maior cidade do Brasil, considerando que a insistencia no acordo é um “jogo de perde-perde.”

Era previsível que parte do PT queira dar rasteira em velho aliado, agora sob o argumento de que o PSOL nem mesmo vota com o governo, como foi no caso do novo regime fiscal. Ora, o PSOL caiu na real, ao menos momentaneamente, votando contra o que é totalmente dissonante da sua doutrina programatica de esquerda, o que aliás também, em dia distante, assim pensava o PT. O regime é draconiano e limita o crescimento de despesas, além de deixar no limite de gastos uma bandeira cara à esquerda, o Fundeb, e ter como princípio para dar certo a elevação das receitas.

Era previsível porque o PT, mais do que nenhum partido no país, é guiado por Dna hegemônico, se não for ele não pode ser um aliado do mesmo espectro ideológico (ainda que em teoria, pois o petismo se deformou total) a liderar uma chapa eleitoral. Era previsível porque o PT já fez a mesma coisa em diversas eleições, no Rio de Janeiro então é escandalosa a atuaçao partidária, que subordinou seus princípios à bandidagem política carioca.

Este é um dos raros momentos com o qual concordo com Lula nos útlimos tempos. Se fez acordo com Boulos, é para ser cumprido, assim funciona a política.