Questões do Enem foram elaboradas em 2021, no governo Bolsonaro, diz ministro

Camilo Santana disse que o governo enviou ao Congresso diretrizes para o Plano Nacional do Ensino Médio.
Ministro da Educação, Camilo Santana, é convidado pelo senador Alessandro Vieira. Foto: Pablo Valadares.

Convidado a falar na quarta-feira, 22, para parlamentares de tres comissões, o ministro Camilo Santana (Educação) negou interferência do governo federal e do Mininistério da Educação nas provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Santana disse que as provas foram elaboradas ainda em 2021, por professores contratados pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

“Não há a menor interferência do MEC, do governo, nas provas do Enem. Aliás, a comissão que elaborou essa prova foi do seu governo (Bolsonaro). Os professores foram selecionados em 2020, os itens foram criados em 2021”, reforçou Santana.

Mais de 14 requerimentos de parlamentares das  comissões de Educação; de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural; e de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados foram apresenados para ouvir o ministro.

Uma questão da prova sobre territorialização da produção trazia como correta a afirmativa de “cerco a camponeses inviabilizando manutenção da vida”. Questionado pelo deputado Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP) sobre a depreciação do setor agropecuário, Camilo afastou alinhamento ideológico:

“Este governo tem valorizado e apoiado o agronegócio brasileiro. Nós estamos tratando aqui de uma questão de interpretação. Isso não significa dizer que é um posicionamento do governo nem do Ministério da Educação”, reforçou Camilo.

O ministro disse, ao abordar a violência na escola, que o governo tomou “ação efetiva” contra a onda de violência nas escolas ao combater as fake news e plataformas digitais que incitavam o ódio. “Pessoas foram presas. São jovens estimulando o armamento, são jovens estimulando matar as pessoas nas redes sociais e as plataformas digitais precisam ser responsabilizadas”, disse.

Diante de questionamentos sobre o Ensino Medio, o ministro disse que o governo ouviu muitos representantes da sociedade e enviou ao Congresso as diretrizes para o Plano Nacional do Ensino Médio, existente desde 2017 e que o atual governo reformulou.

Está prevista a volta de todas as disciplinas obrigatórias do ensino médio, como sociologia, filosofia e artes, além da inclusão da língua espanhola em toda a rede no prazo de três anos.

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