Com informações do IBGE.
A taxa de desemprego no país caiu para 12% no segundo trimestre, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta quinta-feira, 15, pelo IBGE. Ela caiu -0,7 pontos percentuais (p.p.) frente ao primeiro trimestre de 2019 (12,7%) e -0,4 p.p. em relação ao mesmo trimestre de 2018 (12,4%).
A pesquisa aponta que o desemprego recuou em 10 Estados, na comparação com o primeiro trimestre. Rondônia, Santa Catarina e Rio Grande do Sul tem as menores taxas de desocupação, respectivamente 6,7%, 6% e 8,2%. As maiores taxas foram observadas na Bahia (17,3%), Amapá (16,9%) e Pernambuco (16%).
Considerando a variação estatística de recuo em relação ao trimestre anterior, as maiores variações ocorreram no Acre (-4,4 p.p); Amapá (-3,3 p.p) e Rondônia (-2,2 p.p).
Há uma tendência de redução na taxa de desemprego em quase todo o País, mas ainda puxado pela informalidade ou por um movimento sazonal de recuperação de contratações na passagem do primeiro trimestre para o segundo trimestre, explicou Adriana Beringuy, analista do IBGE.
“A gente sabe que o segundo trimestre de cada ano é momento em que de fato há tendência de queda (na taxa de desemprego), faz parte. Porque você vem de primeiro trimestre, do processo de dispensa de temporários, tem redução no número de pessoas trabalhando. E no segundo trimestre isso tende a ser revertido”, explicou Adriana.
“Em algumas unidades (da federação), mesmo que não tenha queda estatisticamente significativa, você tem tendência de redução (da taxa de desemprego). Esse movimento de tendência de redução da taxa de desocupação acontece em quase todo o País”, disse a pesquisadora.
Taxa de subutilização da força de trabalho
No 2º trimestre de 2019, a taxa composta de subutilização da força de trabalho(percentual de pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e na força de trabalho potencial em relação a força de trabalho ampliada) foi de 24,8%.
As menores taxas ocorreram em Santa Catarina (10,7%), Rondônia (15,7%) e Mato Grosso (15,8%). As maiores foram em Piauí (43,3%), Maranhão (41,0%) e Bahia (40,1%), todas acima de 40%.
Rondônia: baixo contingente de desalentados
Rondônia, com 15 mil pessoas, e Amapá, com 13 mil, foram os estados que segundo a pesquisa registram os menores contingentes de trabalhadores desalentados. Os maiores contingentes, informa o IBGE, estão na Bahia (766 mil pessoas) e Maranhão (588 mil).
Contra própria
O percentual da população ocupada do país trabalhando por conta própria era de 25,9%. Pará é a unidade da federação com maior percentual, 35,6%. Rondônia tem 32,2%, perdendo para o Acre (33,6%), Maranhão (33,6)%, Amazonas (34,3%) e Amapá (35,1%).
Os menores contingentes trabalhando por conta própria estavam no Distrito Federal (19,6%), Mato Grosso do Sul (20,9%) e São Paulo (21,7%).
Carteira assinada
Rondônia aparece entre os 13 estados com o maior percentual de trabalhadores a partir de 14 anos na iniciativa privada com carteira assinada, 68%. Santa Catarina (87,6%) tem o maior percentual nessa condição, enquanto o Maranhão tem o maior percentual de trabalhadores sem carteira (49,7%),
“Todas as regiões registraram aumento na população ocupada no segundo trimestre, mas não necessariamente se reverteram em aumento de carteira assinada. Só em casos pontuais. O substancial, o relevante do aumento da população ocupada foi via emprego sem carteira e conta própria”, aponta a pesquisadora Adriana.
Para a pesquisadora, repor o estoque de empregos perdidos durante a crise ainda é um desafio para todo o país, especialmente os postos de trabalho com carteira assinada.
Adriana lembra que os serviços com menos qualificação são os que vêm absorvendo mais trabalhadores, com rendimento menor, muitas vezes sem carteira de trabalho assinada. Em função da precariedade da inserção desses trabalhadores no mercado de trabalho, o aumento na população ocupada não tem elevado as contribuições previdenciárias.
“Então há espaço muito grande no mercado de trabalho para se reconstruir. Somente com os meses vamos observar se essa melhora quantitativa será de fato acompanhada por ganhos qualitativos no mercado de trabalho”, concluiu Adriana.