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“Ronnie Lessa tinha repulsa em relação aos ideais políticos de Marielle,” diz PF  

Relatório da polícia diz que o matador, Ronnie Lessa, tinha aversão a políticos de esquerda.
Vereador Marielle Franco era ativista dos direitos humanos. Foto: Reprodução/Youtube.

O relatório de mais de 400 páginas da Polícia Federal tornado público pelo ministro Alexandre de Moraes (STF) no início da tarde revela que o ex-policial militar Ronnie Lessa tinha “repulsa em relação aos ideais políticos” da vereadora Marcelle Franco, filiada ao PSOL, que defendia os direitos humanos e combatia a grilagem de terras e milícias na zona oeste do Rio de Janeiro.

O inquérito da Polícia Civil do Rio de Janeiro, lavrado pelo delegado Giniton Lages, um dos alvos da operação desencadeada neste domingo, 24, chegou ao assassino Ronnie Lessa, mas em inquérito desmembrado para apurar eventuais autores intelectuais e demais circunstancias do crime nunca foi adiante pela Polícia do Rio.

A Polícia Federal ao relatar sobre o inquérito de Lages diz: “Por meio da percuciente análise do mencionado Relatório é possível aferir, em breve e apertada síntese, que a execução da Vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes foi levada a efeito por RONNIE LESSA e ÉLCIO VIEIRA DE QUEIROZ, ante a repulsa do primeiro em relação aos ideais políticos representados na figura de Marielle Franco, de modo a caracterizar, assim, o denominado crime de ódio.”

A Polícia Civil chegou a Ronnie Lessa, que fez delação com a Polícia Federal, mediante uma denúncia anônima pelo terminal telefônico da Delegacia de Homicídios da capital do Rio de Janeiro, no dia 15 de outubro de 2018, na qual dava conta de que o autor do crime teria sido um ex-policial militar conhecido como Lessa, conhecido por Perneta.

Ele teria tido o apoio de um bombeiro militar, a mando do então vereador Marcelo Siciliano.  O relato apócrifo aponta, ainda, que o veículo utilizado no crime teria saído da localidade conhecida como Quebra-Mar.

A PF diz, adiante, que Siciliano foi envolvido pela denúncia apócrifa como maneira de desvirtuar a investigação da autoria intelectual do crime.

A Polícia Federal revela que as informações do relatório de Giniton Lages registram declarações e “pesquisas odiosas” de Lessa sobre políticos de esquerda, citando Dilma Rousseff, Marcelo Freixo, Presidente Lula e Flávio Serafini.

Relatorio Polícia Federal Caso Marielle Franco