Na exposição feita à Comissão de Justiça e Cidadania do Senado Federal a pouco, o ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro novamente disse que não reconhece a autenticidade das mensagens publicadas pelo site Intercept mas que o que leu nos diálogos divulgados não há qualquer ilegalidade.
O ministro Sergio Moro disse que estão fazendo “sensacionalismo” em relação aos vazamentos, e inicialmente apresentou números da operação Lava Jato durante seu trabalho como juiz da 13 Vara Federal de Curitiba. Disse também que o mérito foi, sobretudo, da sociedade brasileira, “mola propulsora da Lava Jato nos últimos cinco anos”.
Foram 90 denúncias recebidas e 45 sentenciadas, 91 acusados, 211 condenações e 63 absolvições, o que significa 21% e 298 requerimentos de prisões cautelares e preventivas, sendo que 207 foram deferidas. “Estes números mostram que não há cem por cento de convergência com o MPF”, disse Moro.
Sergio Moro citou ainda a devolução, “sem paralelo na história”, de 2 bilhões e 777 milhões de dólares decorrentes das sentenças pelo crime de corrupção e lavagem de dinheiro, ao Brasil.
Em razão de celulares de vários membros do Ministério Público Federal terem sido invadidos, o ministro Sérgio Moro disse acreditar na existência de um grupo criminoso estruturado, e não apenas um hacker isolado, com o intuito de por fim à Lava Jato ou tentar invalidar decisões judiciais. “Entendo, porém, que é sobretudo um ataque as instituições”, declarou.
O ministro Sergio Moro disse que seu celular foi entregue à Polícia Federal, e que ele não tem mais mensagens do telegram, reafirmando que em nenhum momento o site o procurou para que falasse sobre as publicações, “contrariando boa regra do jornalismo”.
Pelo menos quatro senadores já se manifestaram com perguntas ao juiz, e a senadora Simone Tebet, presidente da CCJ, disse que o ministro estará a disposição dos senadores mesmo após o encerramento da audiência.