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Que não se instale a tirania; simples assim, taokey?

A população optou pela maluquice ao eleger Bolsonaro, que completa 4 meses no comando do país.
Bolsonaro vira do avesso a "social democracia" e prega o confronto. Foto: Divulgação.

Entre um bando de malucos e um bando de ladrões, a população optou pela maluquice ao eleger Jair Messias Bolsonaro, que na próxima semana completará 4 meses no comando do  governo do Brasil.  Muitos analistas apostam que sem a facada, que o deixou fora do corpo a corpo de campanha por mais de um mês, Bolsonaro não teria ganho a eleição.  É possível que o exacerbado antipetismo o levaria ao Palácio do Planalto sem o recurso da violência.

É fato que o drama de uma tentativa de assassinato eleva a emoção à potência máxima, é o que conta na  política,  e isso ocorreu numa  eleição marcada pela agressiva polarização nas redes sociais. Agora assistimos perplexos o chefe de governo ignorar a liturgia do cargo usando as redes sociais para anunciar decisões de governo e espicaçar colaboradores e aliados de primeira hora, omportamento que nada tem de casual.

É método para estreitar laços com o eleitorado conservador e deixar claro, lavando a roupa suja em público, que exige do soldado nomeado lealdade à ideologia que adota, o que não é surpresa para ninguém, e mais do que isso: exige obediência à tática do confronto e da afirmação autoritária dos valores morais e sociais que o bolsonarismo defende.

Bolsonaro vira do avesso a social democracia, a cada dia esculpindo na Esplanada dos Ministérios sua visão de mundo, a ideologia conservadora nitidamente presente nos temas que envolvem costumes, mas também na educação, meio ambiente e relações internacionais. É fantástico o fato revelado pela pesquisa Ibope divulgada no dia 24  de que são justamente as duas primeiras áreas citadas as de melhor avaliação, porém nada de relevante ou novo no campo das políticas por eles desenvolvidas colocaram em evidência esses ministérios.

O realce ocorreu por conta das brigas por espaço de poder no Ministério da Educação, os desacertos do ministro exonerado e no Ministério do Meio Ambiente os indicativos de desmonte da legislação ambiental e desrespeito ao que foi construído, como a extinção de um setor específico de combate ao desmatamento, indicam uma guinada espantosa e perigosa.

Ou seja: constata-se, caso o Ibope esteja correto, a existência de uma torcida generosa a favor da radical mudança na política das duas pastas.

O governo do Mito, nem tão mito se pode já perceber, tem todo direito de fazer diferente e abrir caminhos que considera os mais corretos para o país voltar a crescer e produzir empregos. O eleitorado nele apostou, é algo a ser respeitado na democracia.

O grande problema não é ser  conservador, acho inclusive que vislumbramos ganhos com a mudança, mas é assunto para outro dia.

O assustador é o namoro diário com a orientação autoritária, as vezes recuando na ação por irrefletida ou precipitada, ou concretizando uma decisão, adotada sem o diálogo necessário para que ações de programas e projetos não sofram paralisia ou incertezas da continuidade. Com essa feição aconteceu a exoneração de profissionais de meio ambiente experientes, colocando militares  nas  unidades do Ibama nos Estados.

Acabaram com os conselhos de participação da sociedade civil e do poder público, e usaram a Força Nacional em Brasília no evento tradicionalmente realizado há 15 anos pelos indígenas de todo o país, no mês de abril.  Algo que nunca vi.

Político identificado com a extrema-direita, Bolsonaro azeita o governo com gesto e comportamento em menor medida como chefe de uma governança que pretende enxuta, com racionalidade nos gastos e desburocratizada e mais como o líder político encarregado de consolidar um novo ciclo ideológico no Brasil, e o faz de forma obtusa, confusa, agressiva.

Bolsonaro tem dificuldade de expressar decisões ou ideias, como agora, quando disse que o Ministério da Educação estuda reduzir recursos das faculdades de filosofia e sociologia.

É verdade, precisamos de mais engenheiros, há estudos demonstrando isso, louve-se os estímulos a essa área,  mas é constrangedor para quem se dedica à pesquisa e ciência na área de humanas receber algo mal formulado, como quase  tudo no governo motivado pela ideologia.

É de uma pobreza intelectual desconcertante considerar que a filosofia e sociologia são terreno de inúteis, sem retorno ou de baixo retorno para a sociedade, campo da esquerda.

São quase 4 meses de emoções. A intensidade vai aumentar. Pelo Brasil, que não prevaleça a intolerância, não se admita a cegueira ideológica e que não se instale a tirania.

Simples assim, taokey?